terça-feira, agosto 29, 2006

Até amanhã

Escorre luz no parque
e rega a sombra
das crianças

Roberto Bittencourt

segunda-feira, agosto 28, 2006



















Cauê e Monan em raro momento de descontração sem os instrumentos musicais, Violino e Cello, respectivamente.

sábado, agosto 26, 2006

Água de beber


Feira de orgânicos

Acabo de chegar da feira de orgânicos, no Passeio Público, minha caminhada semanal mais prolongada e divertida. Deve dar aí..., uns quatorze ou quinze quilômetros, ida e volta. Bem, voltava eu pelo cominho de menor deriva, Inácio Lustosa, Manoel Ribas... Adivinha quem eu encontro na entrada da Manoel, sobre a trincheira da Inácio? Elfon Gonzalez, meu grande amigo, gaúcho riograndense ali das bandas de Lagoa vermelha, terra dos meus antepassados. Já publiquei dois ou três textos dele aqui na página ano passado. Gosto muito do que ele escreve. Pena que escreve pouco, segundo ele.

Bá, mas tu por aqui tchê! Carregado que nem carroça de aluguel! Nem sei se devo, mas, vou contar o possível da nossa rápida conversa. Tu, como sempre, guapo e faceiro! E a gurizada? Estão... Mas pra quê esse verde todo, tchê? É a feira pra sema... Lembrei! Tu és quase vegetariano, claro! E a política? Pois é, agora começou a propaganda eleitoral e... E só muda o método da falácia, pra esse povão que precisa de um rei tonto, cagão, autoritário, egocêntrico, aluado... Tu sabes de quem falo, não? Seria do Bu... É desse teu governador! Vás me dizer que não votaste nele nas eleições passadas!

Ocorre que nas eleições passadas... Não tinhas opção. Sim, e agora? Ou tu votas no diabo, que é esse demente desse Requião ou no pé redondo, digo, vermelho, que é esse Osmar, irmão do pavão. O outro, o tal de Rubens Bueno, com esse nome pode se dar muito bem abrindo uma boate à beira da Rodovia dos Minérios. Perdi o ritmo da caminhada, claro, mas não falei nada a ele. Elfon é dessas pessoas que você nunca imagina encontrar na lanchonete da rodoviária de Caçador, por exemplo. Você viaja, sabe que ele continua dando as aulas dele lá em Londrina e que quando está em Curitiba caminha mais que cavalo de padeiro, com diria ele, e você pede um pastel e um refresco, olha pro lado sem qualquer motivo e quem você vê lendo uma brochura de cópias sobre o Contestado?

Ele mesmo, o velho Elfon com seu bigode meio retorcido e o jeito bonachão e alegre de olhar por sobre os óculos sabendo perfeitamente que faz surpresa. Conversamos mais uns minutos, mas nada que mereça registro, a não ser mais alguns palavrões dirigidos ao governador que, segundo ele, contaminou toda a administração pública com uma moralidade inspirada no coronelismo que o deve ter fascinado a infância.

Pra tu teres uma idéia do que digo, imagines um chefinho qualquer substituindo os desenhos do Solda, lá do Teatro Guaira, por informações desnecessárias. Ou, melhor, assista a TV Educativa e veja o que ele fez com a TV pública, um canal de propaganda de seu governo. Sei lá se eu devo contar essas coisas, mas, cá pra nós, o Elfon tem acessos muito interessantes nesses bastidores políticos. E, alem do mais, o rapaz é tão eloqüente e simpático que seria um desperdício não transcrever essa conversa, ainda que rápida. Agora, sobre a opinião dele eu não comento, como dizia a Maíca: cada qual tem o seu, meu filho!

Roberto Bittencourt

sexta-feira, agosto 25, 2006

Ensaio de enriquecimento textual


Preciso confessar uma coisa que carrego e que me bota triste. Sem rodeios, essa mania de abismar-me com jeitos lapidados, com milimétricas contrações concedidas ao risoris de santorini, com colculados tons de esbanjar humildade. Modos assumidos por sujeitos tornados a imagem e semelhança da perfeição até que o primeiro totó no tornozelo os force extrangular a própria mãe. Confesso sem qualquer constrangimento a minha irritação com esses canalhas, mentirosos, safados que fazem a gente acreditar neles e depois, quando você menos espera: como amigo eu vou te dar um feedback, há muito que você não me desce, veja bem... Mas nem por isso a pitangueira deixa de florir. É, pode ser que depois da seca, lágrima, suor, saliva aliviem a impressão de ordem e progresso. Caia a noite sobre meu travesseiro e a luz de cada tempo promova sua única estrela, sem preferências nem apelos.

Digo que me bota triste porque, lá no fundo, prefiro escombros às ordens de um Bin Laden ou de um Bush. Contudo, prefiro o atrito das palavras na profusão da linguagem, o enriquecimento de textos para fins pacíficos. Quer dizer, e daí? Daí o quê? Contradição, é claro! Sim, e qual o problema nisso? Problema? Ninguém folou que há algum problema, ainda que haja... Deixa disso, volta ao texto e vê se comporta-se como de começo, afinal, hoje ainda e sexta. Então é isso. Eu falo em clareza e, ainda que ataque por defesa, me bateu uma incerteza...

Roberto Bittencourt

quarta-feira, agosto 23, 2006



Só assim pra blogar ontem











Uma bela geada hoje pela manhã!

terça-feira, agosto 22, 2006

Cambota

Se preciso eu digo
você diz o outro não
fica calado

Vem aquilo de ontem
o chiste o pisão a porca
solta a vaca no galpão

Pra hoje não chega a
curtinha o cagão
a salada e o sorvete

Digamos que amanhã
digam o que digam não
saimos de cena hoje


Roberto Bittencourt

















Está aí um complemento da coisa. Somente o meu amigo Beco arriscou. Errou, é verdade, mas ele tem razão, lembra um mercadão popular da Prefeitura, lá na Kennedy.

Creia, trata-se de detalhe de um conjunto residencial, um condomínio aqui da minha região.
Me pergunto o fundamento dessa estética fabril, desse gosto estético de toucinho, de patê piorado no cimento. Francamente, a nossa paisagem urbana é lastimável do centro à periferia, salvem-se raras exceções que olhadas arrefecem a dureza da violência.

segunda-feira, agosto 21, 2006


Creia, isto não é a foto de um crematório. Também não é de uma fábrica de sabão, tampouco de uma usina termelétrica, muito menos de uma padaria ou de um frigorífico qualquer. Isto é... Não, não vou dizer ainda. Se eu dissesse agora que é de um templo ou de um palácio não sei de onde, perderia todo o sentido, ainda que fosse verdade, deste olhar que busca. Se você tiver alguma idéia do que seja, por favor (comments).

sábado, agosto 19, 2006

Região do bairro Batel em Curitiba (manhã de ontem)


Os raros pés de Araucária integrando a paisagem urbana, pra quem não é curitibano mas, que, como eu, adotou a provinciana Curitiba dos idos da década de 70 como sua morada, percebe na beleza dessas raridades um tempo em que essa paisagem ainda se equilibrava sobre a corda bamba da especulação imobiliária. De repente, um novo tempo, um novo plano, uma nova paisagem na direção que se lance o olhar. Restaram os parques, os bosques com algumas amostras da espécie que povoou predominantemente as terras da Região Sul e a nova estética do paisagismo urbano.


e tudo seria
diferente
não fossem
aurora e
poente

sexta-feira, agosto 18, 2006

Desarrumo


O teu rumo não me obedece
nem quando este verso te
reconhece e te diz visões
do que possa uma prece

Teu passo eu não posso e
não me parece ainda que
pudesse se desse à subida
enquanto teu olho desce

Seja como for te acontece
conhecer o Evereste e meu
verso exerce um deserto
teu rumo me fosse certo


Roberto Bittencourt

quinta-feira, agosto 17, 2006

A minha relação com imagens sempre foi muito forte. De alguma forma é preciso compensar a atrofia do nervo ótico que estampou a minha infância. Da graduação ao mestrado estudei, compus, decompus, esculpi, modelei, pintei e bordei sobre imagem. Fui a campo também e sobrevivo dessa profunda relação que imagino, desde as palavras até o processamento delas traduzido em olhar. Agora, recentemente, fruto da grande coerência que considero a vida, surgiu uma Fuji FinePix S9500 em minhas mãos. Daí os olhares do momento.



No link, Calculadora CO2, que remete ao The Green Initiative, você pode calcular suas emissões de CO2 e descobrir quantas árvores precisa plantar para sua sustentabilidade no planeta.
Eu preciso plantar nove árvores por ano.
Estou em débito com a natureza, até hoje plentei em torno de vinte árvores somente.