quarta-feira, março 03, 2010

Por toda Vida

O dia é 16 de novembro,
sua a tarde por sob a malha
nublada de um céu labareda.

Quase sete mil dias e
um sorriso que distingo
por toda pele cheirando
a manhãs de tosse comprida,
bem ali a explicar-me
desejos de viver o momento.

Da suavidade dos lábios
palavras consequentes de
profundas experiências a me
dar voz, permanecem ressoantes
a interligar-me os poros
em arrepio permanente.

Ao piscar redondo, olhos
que constroem tempo sob a
maciez das pálpebras.
No próximo gesto, o suave
toque das mãos que
se oferecem carinho.

Ela, uma flor, de cujo estame,
por um momento e
por inteiro me encarrega
a vida, ainda que de mim
não se perceba a solene
aceitação de um justo.

Mas, o amor que se perceba
a tem como verdadeira.
Mulher que, além de vindouras
instâncias, prossegue repleta de
encantos pelas frequentes
visitas que faço à memória.


Roberto Bittencourt