sábado, agosto 26, 2006


Feira de orgânicos

Acabo de chegar da feira de orgânicos, no Passeio Público, minha caminhada semanal mais prolongada e divertida. Deve dar aí..., uns quatorze ou quinze quilômetros, ida e volta. Bem, voltava eu pelo cominho de menor deriva, Inácio Lustosa, Manoel Ribas... Adivinha quem eu encontro na entrada da Manoel, sobre a trincheira da Inácio? Elfon Gonzalez, meu grande amigo, gaúcho riograndense ali das bandas de Lagoa vermelha, terra dos meus antepassados. Já publiquei dois ou três textos dele aqui na página ano passado. Gosto muito do que ele escreve. Pena que escreve pouco, segundo ele.

Bá, mas tu por aqui tchê! Carregado que nem carroça de aluguel! Nem sei se devo, mas, vou contar o possível da nossa rápida conversa. Tu, como sempre, guapo e faceiro! E a gurizada? Estão... Mas pra quê esse verde todo, tchê? É a feira pra sema... Lembrei! Tu és quase vegetariano, claro! E a política? Pois é, agora começou a propaganda eleitoral e... E só muda o método da falácia, pra esse povão que precisa de um rei tonto, cagão, autoritário, egocêntrico, aluado... Tu sabes de quem falo, não? Seria do Bu... É desse teu governador! Vás me dizer que não votaste nele nas eleições passadas!

Ocorre que nas eleições passadas... Não tinhas opção. Sim, e agora? Ou tu votas no diabo, que é esse demente desse Requião ou no pé redondo, digo, vermelho, que é esse Osmar, irmão do pavão. O outro, o tal de Rubens Bueno, com esse nome pode se dar muito bem abrindo uma boate à beira da Rodovia dos Minérios. Perdi o ritmo da caminhada, claro, mas não falei nada a ele. Elfon é dessas pessoas que você nunca imagina encontrar na lanchonete da rodoviária de Caçador, por exemplo. Você viaja, sabe que ele continua dando as aulas dele lá em Londrina e que quando está em Curitiba caminha mais que cavalo de padeiro, com diria ele, e você pede um pastel e um refresco, olha pro lado sem qualquer motivo e quem você vê lendo uma brochura de cópias sobre o Contestado?

Ele mesmo, o velho Elfon com seu bigode meio retorcido e o jeito bonachão e alegre de olhar por sobre os óculos sabendo perfeitamente que faz surpresa. Conversamos mais uns minutos, mas nada que mereça registro, a não ser mais alguns palavrões dirigidos ao governador que, segundo ele, contaminou toda a administração pública com uma moralidade inspirada no coronelismo que o deve ter fascinado a infância.

Pra tu teres uma idéia do que digo, imagines um chefinho qualquer substituindo os desenhos do Solda, lá do Teatro Guaira, por informações desnecessárias. Ou, melhor, assista a TV Educativa e veja o que ele fez com a TV pública, um canal de propaganda de seu governo. Sei lá se eu devo contar essas coisas, mas, cá pra nós, o Elfon tem acessos muito interessantes nesses bastidores políticos. E, alem do mais, o rapaz é tão eloqüente e simpático que seria um desperdício não transcrever essa conversa, ainda que rápida. Agora, sobre a opinião dele eu não comento, como dizia a Maíca: cada qual tem o seu, meu filho!

Roberto Bittencourt

2 comentários:

Anônimo disse...

pessoal, algumas pessoas não estão conseguindo publicar comentários. Estou tentando resolver o problema.

Bitten

Roberto Prado disse...

Quer dizer que político se escolhe pelo pé? Tem o pé redondo (o do Bigorrilho), o pé vermelho (o mau humorado), o pé de pavão (senador), o pé de valsa (aquele grisalho com roupa e cabelo de véio indo pro baile do Operário).

E todos vão nos dar um pé na bunda...