sexta-feira, junho 22, 2007

Poema pomes

Ante a solidão inexata
sem destino destravam-se ao futuro
células de corpo pó ao
sopro e trato de tempo sem dó.

Beijo e bocejo plástico
trazidos das dobras do verso
atinam tino, brotam brotos e
o vaso sobre a palidez da fórmica.

Custa medo o sentido
muro, manhã cedo, assoviar canção
de taipa, tapar de tripa trilha
que leva só ao espetáculo.

Ordem ardor aplauso
caos de flâmula e fórmula
opinião suspensa e festiva na cal
da praça da Paz Celestial.

Mãos sobre mesa e
cidade roucas de esperança
verdejante, século de outras tormentas
embalam profundo e adjacente.

Tabuleiro e mesa de
prostíbulo, caixão mantimento,
assoalho palco, passarela ela passa
palavra se fez, que se faz, que se faça.

Salve tropeço, pedaço
de carroça, exercício olho cada poça
sem traço, cadeia cheia
e a vida nos Estados Unidos.

Tomada fotográfica
válida vinda da universidade bebida
em taça e luz de poste cheia voam
matemáticos e físicos num alvoroço.


Roberto Bittencourt

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