Ensaio de enriquecimento textualPreciso confessar uma coisa que carrego e que me bota triste. Sem rodeios, essa mania de abismar-me com jeitos lapidados, com milimétricas contrações concedidas ao
risoris de santorini, com colculados tons de esbanjar humildade. Modos assumidos por sujeitos tornados a imagem e semelhança da perfeição até que o primeiro totó no tornozelo os force extrangular a própria mãe. Confesso sem qualquer constrangimento a minha irritação com esses canalhas, mentirosos, safados que fazem a gente acreditar neles e depois, quando você menos espera: como amigo eu vou te dar um
feedback, há muito que você não me desce, veja bem... Mas nem por isso a pitangueira deixa de florir. É, pode ser que depois da seca, lágrima, suor, saliva aliviem a impressão de ordem e progresso. Caia a noite sobre meu travesseiro e a luz de cada tempo promova sua única estrela, sem preferências nem apelos.
Digo que me bota triste porque, lá no fundo, prefiro escombros às ordens de um Bin Laden ou de um Bush. Contudo, prefiro o atrito das palavras na profusão da linguagem, o enriquecimento de textos para fins pacíficos. Quer dizer, e daí? Daí o quê? Contradição, é claro! Sim, e qual o problema nisso? Problema? Ninguém folou que há algum problema, ainda que haja... Deixa disso, volta ao texto e vê se comporta-se como de começo, afinal, hoje ainda e sexta. Então é isso. Eu falo em clareza e, ainda que ataque por defesa, me bateu uma incerteza...
Roberto Bittencourt