quinta-feira, setembro 14, 2006


Vinte e oito de agosto

Setembro me lembra agosto, mais precisamente, vinte e oito de agosto. Esquisitice? Claro, pra quem não esteve presente na Rua Augusto Seabra, n° 17, dia quatorze de julho de 1974, às 22h. E não comeu pamonha, pela primeira vez, na casa de Elmo em Feira de Santana dois dias depois. Tem tudo a ver!

Começa que essa lembrança surge hoje assim, meio ao acaso. Se é que quando se ouve canto de sabiá dia todo e todo dia se pode dizer que uma lembrança dessas surgiu ao acaso, já que estamos no dia quatorze. Com agosto ainda no calcanhar, portanto, veio sem cerimônia comigo desde o cruzamento das ruas Padre Agostinho com Presidente Taunay. Andou comigo por aí, sem se manifestar, meio camuflada na inquietude de andar pela casa sem sentido aparente. Até que...

Não, não diga nada, por favor. Você não acha que é pedir demais deixar de dizer, ainda que algo sem um sentido imediato? Pra você eu digo. Afinal, essa lembrança vive me dando de dedo e durante esses anos a dei ouvidos. Hoje ela se deu mal, ou bem... Acontece que essa associação que faço entre setembro e vinte oito de agosto não quer dizer, propriamente, um pensamento que se volte ao passado. Obviamente que aqui se pode considerar um pensamento, por toda essa maneira de lhe dizer.

Na verdade, nem sei se é uma lembrança. Uma sensação, talvez indique mais precisamente essa relação que, pensando bem, já surgiu em situações bem distintas. Quer dizer, o mês de setembro, no caso, não significa referência fundamental em se tratando do sentimento em si, uma vez que não há razão pra que eu diga qualquer coisa sobre isso. Mas, já que estamos aqui e que a sua presença me valida no tempo, sinceramente, me bateu uma saudade danada do meu pai...

Roberto Bittencourt

2 comentários:

Anônimo disse...

Legal, Bitten!
Gosto do que você escreve. Em breve te envio umas cositas que escrevi.
Um abraço,
Marcão.

Roberto Bittencourt disse...

Bom saber disso, meu amigo. Aguardo.

Um abração